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HÁBITOS ANGULARES

E SUA ESCOVAÇÃO DENTÁRIA


Hábitos angulares são aqueles que podem mudar nossa vida para sempre.

É aquele comportamento que você incorpora na sua vida, de forma cotidiana e que irá trazer uma melhora na sua qualidade de vida, e podem impactar positivamente

em outras rotinas.


Hábitos, além de tudo são comportamentos construídos, e sabemos que as doenças bucais, crônicas como a doença periodontal e as caries são ligadas às DCNT (Doenças Crônicas Não Trasmissíveis) as quais são totalmente correlacionadas aos hábitos e estilos de vida.

Essas DCNT foram responsáveis por 74% de todas as mortes no mundo em 2019 de acordo com a OMS. Ou seja, de 70% da população não tem uma vida considerada saudável, e isso, é escolha nossa; escolha; hábitos.


Esses dados são alarmantes, do ponto de vista de como vivemos nossa vida e como queremos conduzir nosso comportamento para ter saúde ou produzir doenças, não é mesmo?


Eu sempre me assusto quando leio estes artigos que revelam que o "como" vivemos o nosso dia a dia impacta em nossa vida e nas doenças que desenvolvemos e o quanto somos responsáveis por tudo isso.


Nos últimos vinte e poucos anos, tive o privilégio de atender centenas dos mais variados tipos de pessoas em meu consultório, e dentro de cada particularidade, e personalidades únicas, eu me desafiei a entregar um sorriso belo e saudável.


Eu perseverava com intuito de que todos pudessem se sentir confiantes ao se expressar sorrindo, com saúde.


Nessa minha tarefa, muitas vezes obtive sucesso na entrega de conhecimento especifico para a motivação da tal escovação, e em outros, esbarrei em obstáculos que não conseguia medir, como costumes, crenças e especialmente hábitos e estilos de vida.


Logo, por este raciocínio vemos que a escovação é incorporada desde nosso inicio da vida, sem nenhum conhecimento especifico para tal, apenas a realizamos, ou seja praticamos o hábito, a rotina.


E é aqui que gostaria de entrar no ponto crucial de nossa conversa: o hábito.


O hábitos são rotinas estabelecidas, tornando-se um padrão de movimentos repetitivos, inconscientes, tudo isso para que nosso cérebro poupe energia e não entre em colapso tendo que pensar em cada ato para realizar tarefas cotidianas, exemplo: andar de bicicleta, dirigir e também escovar os dentes.


Desta forma, sabemos e não é recente, que a escovação dentária diária é um exercício poderoso para a prevenção de vários tipos de doenças bucais, especialmente aquelas ligadas às bactérias: as doenças carie e periodontal.


Mas a escovação ao mesmo tempo que é poderosa é desafiadora.


Poderosa porque de fato a limpeza dentária realizada com escova e cremes dentais diários com o objetivo de remover o biofilme (ou placa bacteriana) dos dentes tem uma contribuição imensa no combate a estas doenças.


Isso é fato, e também ciência.


E desafiadora, porque dada a simplicidade do ato, escovar os dentes parece ser uma tarefa básica de higiene e embora comum, não é simples.


Não é simples pois muitas vezes não ligamos o ato à consequência, ou seja, “deixei de escovar os dentes um dia mas não tive cárie, logo posso passar vários dias assim”. Errado.

As doenças crônicas são “construídas”ao longo de hábitos e comportamentos somados ao longo da vida, e nosso organismo busca sempre encontrar o equilíbrio tentando buscar a homeostase, ou seja manter aquele organismo saudável, até que um dia este equilíbrio se quebre e instala-se a doença.

Mas a questão é: quando esse dia vai chegar, em que momento terei, ou não tais doenças?

Depende de vários fatores: da pessoa (que chamamos de hospedeiro) , da genética e do estímulo em si e outros fatores.


Nessa dificuldade de promover a real limpeza deste biofilme , instala-se a quebra do equilíbrio, chamada : doença.


Por isso também não é simples pois os hábitos envolvem comportamentos, e comportamentos envolve pessoas e sua influência emocional nestes comportamentos, e para isso precisamos de disciplina, para que esta possa superar nossas barreiras emocionais.


Nós, como profissionais da saúde sabemos que a escovação é sim desafiadora, como disse acima pois além do fator emocional temos o prático e eu explico porquê : os dentes, 32 no total ou 28 quando não temos mais os dentes do juízo, ou ainda se perdemos ou restauramos com coroas e implantes alteramos este número e a boca tornam um ambiente muito complexo para a limpeza.

Imagine uma sala vazia sem móveis, desta forma passar uma vassoura se torna uma tarefa fácil.

Já a medida que compramos sofás, tapetes, quadros, vasos e muitos enfeites, esta sala se torna complexa do ponto de vista de limpeza adequada e com o aumento de tempo para que tenhamos uma eficácia nesta mesma tarefa.


Assim são nossos dentes, como nossa sala decorada nossa boca é complexa “cheia de móveis” , e são muitos hein! que apresentam numerosos elementos e complexidades, e reentrâncias especialmente na região da gengiva que são pontos críticos de limpeza.


Para isso, precisamos buscar na escovação tudo o que nos faça resultar na eficiência real do ato.

E algumas dicas simples podem ser úteis como já exemplifiquei no texto anterior do blog e que vale a oena sempre repetir: a limpeza dos dentes deve ser um ato de tempo mínimo estimado em pelo menos dois minutos em cada tarefa da escovação, o uso de escovas interdentais auxiliares deve fazer parte do arsenal de limpeza diária em todos os espaços interdentais, os quais podem ser substituídos pelo fio dental.

Nossa escovação com efeito terapêutico, ou seja com o objetivo de prevenir doenças futuras, deveria ser orientada de forma personalizada pelo seu dentista, e esta mesma escovação deveria na grande maioria dos pacientes ser destacada em tempo, qualidade e detalhes por pelo menos dois minutos duas vezes ao dia.


Estas considerações são valiosas, básicas e deveriam ser colocadas em prática, junto de algum habito angular em sua vida.


Posso listar como exemplo algum deles de acordo com o clássico livro dos Hábitos de Chaltes Duhigg, são eles: acordar mais cedo, fazer exercícios físicos diariamente e verá que os cuidados com sua saude irão ganhar muita força.


Certamente, mudar este olhar para a sua qualidade de vida, incorporando uma rotina mais saudável, irá te distanciar das DCNT e certamente te beneficiará com um sorriso mais saudável assim como a busca de rotinas que o levem ao equilíbrio para dentes limpos e livres das doenças mais prevalentes ainda hoje: as doenças caries e periodontal (doenças da gengiva).


Associe a isso, visitas periódicas ao seu dentista de confiança com a consultas preventivas com um periodontista (especialista em prevenção e tratamentos da gengiva).

Tenho certeza que assim, como novos hábitos, certamente você não fará parte da estatística negativa da OMS e terá uma vida com mais qualidade.

Façamos a nossa parte!


texto escrito por


Paula Fusetto


cirurgiã dentista


periodontista e reabilitadora oral e apaixonada por sorrisos


Fundadora da Fusetto Odontologia

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